Wednesday, March 21, 2007

Capitulo 3-3)Nas garras do Pânico

Os grandes olhos vermelhos se aproximam do rosto de Jéferson, o som ecoa no vale, as árvores tremem...

-Vocês não estão querendo me enganar, acredito...

-Cla...ro, que não. Ora, que a..bsur..do. Nun..ca nos passou essa con...di..ção... Que loucura.- Engolia a seco o professor Jardel que sentia a bexiga ficar cheia demais.

Professor Jéferson mantinha sua postura teatral de um arque-guerreiro da idade Média, perfilado e sério.

Subitamente uma fumaça os cercou ao ponto de retirar a visão. O professor Jardel tentava e buscava um foco em todas as direções, sem nada poder ver. Sentia que seus pés pareciam estar saindo da terra. O umbigo buscou esconderijo na boca do estômago, o intestino grosso gritava revolto, a bexiga não conseguia manter seu pânico expressando seu desconforto.

A nuvem passa e labaredas de fogo surgem ao de redor dos dois professores.

-On..de estamos? Que é isso? Como chegamos aqui? Assim Jardel depilava sua agonia.

O soar das risadas tenebrosas ecoavam naquele vale negro, cavernoso, onde sua iluminação se fazia por larvas de fogo que ora subiam e lançavam labaredas de fogo emanando enxofre no ar.

-Vocês estão mentindo...

O professor Jardel sente um frio seqüestrando o seu corpo, uma fraqueza aquebranta os seus joelhos que já buscavam o solo como apoio. Já o professor Jéferson mantinha sua postura rígida e firme, como nada anormal estivesse acontecendo.

Aquele lugar cheio de elevações, pequenos montes como algas negras decoravam todos os pontos daquele lugar, as larvas cuspiam labaredas vermelhas alaranjadas num forte tom de ouro; o gás que emanava chegava à tona como uma fumaça branca. O calor sufocante, e o barulho como de um bife na gordura, dominavam aquela atmosfera.

-O que nós ganharíamos em enganar um ao outro? (perguntou o professor Jéferson)

-Acaso temos poderes tamanhos como os seus? (continuava falando)

A nuvem surgiu novamente e o professor Jardel pode sentir em um de seus joelhos o chão da estrada tocá-lo. Estavam de volta ao carro, estavam ali livres. O professor Jardel não conseguia fechar os enormes olhos que já começavam a expulsar os globos oculares, como inimigos ou inseguros viam no homicídio o caminho para eles. Não queriam ver, se recusavam a ter que olhar aquele lugar tenebroso de novo.

O sorriso já pegara o ônibus ou o avião e havia saído em busca de abrigo, enquanto a vergonha se achegava como uma amante sem vergonha. As calças do professor Jardel estavam com um colorido novo, uma enorme mancha mais escura na altura do ventre.

Tomava proporções cada vez maiores. Mas o sapato gritava por socorro, pois não conseguia ver a hora de ter que nadar carregando os pés como contrapeso. O liquido que chegava até as meias vinha com uma quantia grande de coloração amarela e uma temperatura até agradável.

Estava ali com um dos joelhos cravado no solo enquanto o outro fazia um esforço enorme em busca de uma saída ou quem sabe dar uma corrida.

O Reitor Jéferson sempre firme, ereto, perfilado, não se movia deixava os movimentos para as meninas dos olhos, ela sim estava como um radar em busca do terror, de algo anormal. Mas os joelhos pareciam estar com colas não se afastavam um do outro. Tudo rígido, contraído, mas o medo rebelde descia calça abaixo. O sorriso nem fazia parte do elenco, nem como figurante, as meninas oculares se agitavam, o abdômen se escondia com receio de uma vaia, todavia as pernas firmes serviam como tábuas de escorregar, pois por ela passava aquela água um tanto cremosa e com um odor insuportável, num tom marrom meio escuro.

Agora, a humilhação fazia o seu carnaval. Seriam naturais tais homens passarem por situações adversas assim? O saber não podia manter o descontrole emocional, ou o medo, mesmo havendo uma postura forte e rígida perante tudo. Uma pergunta tomava os minutos e os espaços, na cabeça de cada um deles, ora visto, que um não sabia do que o outro estava sentindo. E agora como sair dessa, sem ser notado? Um pensou em rolar no chão, assim poderia alegar ter sido por isso a tonalidade desigual na roupa, todavia outro pensamento surgiu de gritar que havia abelhas e assim retirar as roupas jogando-as fora e com elas toda a vergonha, com um lenço rapidamente poderia dar uma solução ao que havia restado, seria uma maneira de poder pegar outra roupa no carro e com um pouco de sorte se limparia sem ser notado.

Os olhares se cruzavam, as interrogações se batiam, os lábios se mexiam fabricando um ar de riso amarelo. Tinha que ser rápido, pois como ficaria se fosse descoberto? Tudo surgia na cabeça de cada um sem saber que na do outro morava a mesma dúvida.

E agora?

5 Comments:

At 7:37 PM, Anonymous Anonymous said...

Oi amigo, como vc esta?
Quanto tempo.
Saudades de seu cantinho. Vim agradecer o carinho, e te desejar um otimo fim de semana.
Beijos no coração!

 
At 4:48 PM, Anonymous Anonymous said...

Oi embaixador,
tive a leve impressão de estar lendo uma história de suspense. =D
Como sempre, muito interessante!
beijinhus

 
At 4:38 PM, Anonymous Anonymous said...

OI, QUERIDO. SAUDADES DE VC...PASSO P/ CONVIDAR A VISITAR O BLOG DA DOCINHO(TEM LINK NO MOMENTO),PASSE LÁ E LEVE AWARD DOCE,LEMBRANÇA DE INAUGURAÇÃO,AWARD, E PRÊMIO DOCES LEMBRANÇAS. BJUS E BOA SEMANA.

 
At 12:58 PM, Anonymous Anonymous said...

E agora Jéferson? E agora Jardel? Amei o capítulo.Um ótimo final de tarde e um final de semana repleto de luz! Fique c/Deus.

"As borboletas voam sobre o meu jardim
São cores vivas, pousam sobre as "onze horas"
Nas rosas claras, violetas e jasmins
Um beija-flor traindo a rosa amarela
Beijou a bela margarida infiel
Papoula e dália estão cravadas de ciúmes
E o beija-flor beijando flores a granel
Pétalas, asas amarelas
Pétalas, espinho seco
Folha, flor, lagarta
Pétalas
As flores voam e voltam na outra estação
Só serei flor quando tu flores no verão". (Alceu Valença) Beijos

 
At 3:42 PM, Anonymous Anonymous said...

Olá Amigo, passando para te desejar uma semana de reflexão, renascimento e plena de luz!
CHAG SAMEACH!
Beijos

 

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