O mato batendo no rosto, o facão esmorecendo em sua função.
A força do desejo embalava a marcha na direção de desvendar toda a ansiedade. A
porta do canal mostra a sua face. Ufá! Foi uma expressão interior que brotou
subitamente nas mentes de todos. Uma recompensa ao esforço. Mas roubava a
resposta da invasão, desviaram para o cansaço as expectativas de encontrar o
jovem rapaz. O suor banhava os questionamentos regando o desanimo e alimentando
o desejo de parar. O sol com seus raios mesmo de quase fim de tarde não paravam
de castigar, como chicotes de couro cru fazendo as costas arderem com o pousar
de seus brilhos. Os braços firmes como pedaços de pedras ultrapassavam as densas
folhagens de capim, empurrando para o lado expondo-as a lamina do facão que não
esperava muito para chegar sobre eles colocando-os no chão. Os corações em
ritmos acelerados dominavam os olhos como binóculo. A agonia descia com
dificuldades as gargantas que já ressecadas buscavam por salivas. Os sorrisos
das crianças levantavam uma certeza em meio a questionamentos.
:-Mas de que estão sorrindo essas crianças? Que alegria é essa que as leva a
sorrir?
Olhava-os com as interrogações nos olhos, mas Anita se entristecia por não
conseguir uma resposta melhor para a sua falta de alegria. Tudo era tão
estranho, sua cabeça estava na risca da justiça, não conseguia esquecer as
recomendações do juiz quando ela se propôs a ficar com a guarda deles enquanto o
pai não seja encontrado e a mãe saia do hospital.
No centro da cidade em uma das salas da casa, o senhor Jéferson repassava os
manuscritos os mesmos que o levara a invocar e pactuar . O seu coração temeroso,
se escondia entre calafrios . Uma decisão difícil o cercava. Tinha que repassar
as regras às normas, tudo em fim para descobrir uma maneira de se livrar daquela
força maligna que demonstrava uma certa fraqueza quanto ao Jovem Samuel.
:- Como vou ter poder se ele não consegue superar o menino? Que poder é esse?
Deve ser por que ele é o subalterno, se fosse o chefe provavelmente conseguiria
derrotá-lo. Num canto do peito surge uma pergunta:-
:-Mas se ele também não o fizer? Estarei do lado errado! Fiz tudo para ter poder
governar o mundo, ser mais jovem, e ...
Rapidamente os seus neurônios foram ativados para negar qualquer duvida, claro
que não poderia passar de uma dúvida. Ria sozinho ali naquele ambiente.
Os braços esticados, as mãos fechadas, alguma coisa presa em uma delas, o corpo
deitado talvez adormecido quem sabe? Assim a cabeça do pião respondeu as
perguntas das visões que chegaram. Agora faltava pouco para chegar ao rapaz.