Capitulo 2 -28)Um despertador não faria melhor
Provavelmente um despertador não faria melhor. O objeto rompeu os laços dos dedos de Samuel e vai correndo ao chão. Mas ao tocar no solo o som que ele liberou não foi alto nem tão barulhento, mas foi o bastante para abrir os olhos do jovem e fazê-lo sentar na cama. Nem a enfermeira foi tão ágil como o reflexo dele, que raspou o chão aprisionando aquela cruz em seus dedos. Mas não houve como retornar ao leito sem ser visto.
A enfermeira o avistou e logo acionou a doutora que rapidamente se deslocou para o local. Ambas adentraram no quarto e puderam pegar o jovem no seu ato de retorno a maca.
-Já estamos acordados...disse a enfermeira....
-Mas bastou acordar para se levantar ....olha só!
Foram varias perguntas, assim como toques para poder se chegar ao veredicto final....
De posse da notícia de liberação do rapaz, Alfredo adentra o quarto com um sorriso enorme no rosto. Não tardou para que os dois começassem o caminho de volta para a fazenda.
Na casa do senhor Jéferson, as investigações tomavam caminhos tenebrosos. O computador mostrava a existência de uma cruz com tal triangulo, artefato que fora trazido pelo pai de Anita quando supostamente o havia colocado a frente do pote de barro que escondia uma cópia do papiro de thot, descoberto pelo grande Ramses II. Temendo a posse por parte de homens sem caráter estabeleceu como guardião aquela cruz, assim acreditava que a mesma poderia destruir os desejos de tais homens.
-Como eu suspeitava...(disse Jéferson)
-De que suspeitava? ...Perguntou o professor Jardel.
-Ramses foi o pai da bruxaria, da magia e tudo graças ao papiro de thor...
-O que tem demais nesse papiro?
-Logo veremos...deu um sorriso..Assim reagiu o sr Jéferson.
Na fazenda, Anita curtia a sua primeira experiência com a meditação e como aluna de Samara...
Ali de olhos fechados respirando suavemente, podia deixar sua mente navegar por varias palavras do Novo Testamento, os quais havia aprendido em seu Catecismo... Pouco, ou quase nada acontecia de fato, alem das lembranças daquela época...Mas quando as esperanças pareciam estar dando adeus, tchau.. uma nuvem branca com fios prateados, e dourados, imersa em luz, surgiu a sua mente... O suor frio, a coluna trêmula, as pernas querendo fugir, sem falar da secura nos lábios, tudo parecia liberar adrenalina... O inimigo das causas desconhecidas....o medo.. estava tomando espaço ao seu lado...Quando da nuvem rompeu um vaso de barro, o qual caia no chão e de seus pedaços surgia uma cova tal qual as existentes em cemitério... Nervosa abriu os olhos e respirou firme e fortemente...
-Ufa! Que é isso? Disse Anita assustada..
Quando se preparava para saciar as curiosidades de todos os presentes naquele recinto, o telefone toca e ela atende...
-Anita, tudo bem?... Como estão as coisas por aí?
-Professor Jéferson? Que surpresa..
-Nem tanto, estava pensando em você...Na sua nova missão de madrasta provisória e pensei que pudesse estar com dificuldades...
-Sempre há. Em tudo que é novo há dificuldades para serem rompidas.
-É verdade. Estava pensando em ir aí para auxiliá-la no que for preciso.
-Não há necessidade, por isso não.
-Mas terei que ir, pois o Jardel está com seu carro com problemas de mecânica, sendo assim terei que levá-lo, não é?
-Parece que sim...disse ela
-Mas que negócio é esse de carro com problemas? ...pergunta o professor Jardel.
-Fique calado...diz Jéferson...-quer que ela o escute?
- Quer algo do supermercado, querida?
- Não, obrigada.
O telefone fica mudo, o assunto termina, a ligação está encerrada.
Anita repassa a ligação em sua mente... e confusa busca querer desvendar o motivo para tal gentileza.
Enquanto Alfredo e Samuel adentram na sala do apartamento de Alfredo.