Capitulo 2 – 31) Os Dons escrevem os Séculos...
Alfredo alisando o rosto fazendo das mãos um rodo, limpa toda gota de suor que escorria. Num gesto descontraído retirou os óculos dos olhos e enquanto o limpava se questionava quanto ao relato ouvido. -O réptil sumiu? -Não, nem sei como explicar, mas ele explodiu... -Explodiu?! Como assim?-Não sei... Mas se era um holograma de uma força maligna. Na verdade nunca existiu .... Daí poder explodir e até gerar toda uma situação como real...-Mas de onde você tira essas forças, essa sabedoria?-Olha professor meu avô me contava uma estória como sendo de um povo hebraico, que poderá lhe dar uma idéia de tudo. Havia um artista plástico em uma cidade a qual foi invadida por inimigos ferozes. Os artistas que permaneceram vivos foram levados para o cárcere e sem direito a qualquer coisa que com as quais pudessem exercer seus dons. Passado certo numero de tempo àquele artista teve um salvo-conduto. Habilmente negociou sua liberdade com tinta, tela, pincel, lápis e tudo o mais que o fizesse voltar a ser um artista. Uma grande preocupação surgiu no Comando Geral. Comandante o senhor tem que colocar homens fortemente armados junto à cela desse artista, não esqueça que artistas mexem com a emoção, com a psique das pessoas, e poderá gerar um motim na prisão.-Senhor General não temas são só tintas e pinceis... (risos)... Mas mesmo assim para acalmá-lo irei colocar homens por lá.Não tardou uma tela ficou pronta... Mostrada ao carcereiro, o mesmo, por mais que não demonstrasse, ficou abalado. Os dois outros dias de guarda foram dias difíceis para o carcereiro, tinha que ficar olhando constantemente a tela pronta e sentindo repulsa e inquietação com a mesma. Houve a mudança da guarda. Outra tela estava pronta, passou a ficar no lugar da anterior obrigando o novo carcereiro a ter que vê-la constantemente. A reação foi à mesma do guarda do plantão anterior. Naquela noite um barulho rompeu o silencio da noite. Pela manhã ficou-se sabendo que o primeiro guarda havia cometido suicídio. Na mudança da guarda o mesmo aconteceu com o segundo carcereiro. Preocupado o General (Responsável pelos presídios) resolveu visitar o presídio. Quando visitou acompanhado pelo Comandante a cela do artista pode contemplar uma nova tela a amostra, a qual gerou risadas no Comandante.Na saída do local o Comandante foi morto com um tiro. O Comandante era irmão do Presidente e do General Superior do comando geral, ora a morte do irmão gerou a morte do General responsável pelo presídio... Assim o Artista pode fazer justiça. -Mas com que fez justiça?-Com o que ele possuía, seu dom... Sua arte... E esclarecendo o quadro que gerou a morte do Comandante era a imagem dele pisando no General que morto caído estava ao chão... -Cada um luta com as armas que possui... Um artista não sabe usar um revolver, mas sua arma é o expressionismo feito com o coração em suas telas... Assim cada um pode se livrar de seus inimigos. Assim pude me livrar daquela serpente.
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Obs.: Expressionismo=movimento artístico do princípio do séc. XX que se caracterizou pela tendência para expressar sentimentos e percepções de modo intenso e direto, deformando e exagerando a realidade; esta tendência, na representação artística em geral.