Tuesday, June 27, 2006

Capitulo 2 – 22)
Nos segundos da apreensão



                                                            


 


O braço alcança a pequenina
costa da menina e a traz para junto do peito feminino de Joana. O calor do
carinho embala as atitudes que as uni num abraço fraternal, solidário.


- O que está desfazendo a
alegria da minha menina?


- Nada tia... Estava pensando
nas palavras que papai falava ...


- Isso é bom... Minha mãe
sempre me deixava com grandes saudades...


- Não Tia ... é que Samuel saiu
com o Professor Jardel, e meu coração ficou apertado, com uma coisa ruim
..[apontou para o peito]... aqui dentro.


- Oh minha menina.. Nada vai
acontecer de ruim com Samuel..


- Não esqueça que Alfredo foi
para conferir e garantir que nada de mal aconteça com ele. Diz Anita... que
estende a mão como um porto seguro..


- Isso mesmo minha menina nada
de pensamentos ruins...Diz Joana.. Agora sente aqui na mesa e faça um lanche
para não dar dor na barriquinha.... Deixando sair um sorriso franco e amigo...


- Você quer chocolate quente,
ou café com leite . Pergunta Anita, curvando o seu corpo sobre a mesa em busca
de alcançar a xícara que servirá para o lanche da menina.


- Eu gostaria de
chocolate..Ainda triste com seus pressentimentos, a Samara responde.


- Você Salomão ? Pergunta
Joana, reluzindo uma luminosidade nos olhos.


- Quero o mesmo que Samara...
Corre em direção a Joana, o pequenino, trazendo uma alegria nas passadas.


- Então sente aqui..[Agarra-o e
o coloca sentado numa cadeira]


Anita o serve também com o
chocolate quente que nesse momento já estava morno.  As mãos hábeis e serviçais
agarram os pães e com uma das mãos a faca rasga a massa, dividindo-o, a manteiga
desliza sobre o miolo, as faces são fechadas e os pães chegam às mãos dos
pequeninos. Sobre a mesa em destaque o bolo de fubá que era feito ali mesmo na
fazenda, nem deixava que o bolo de aipim conseguisse mostrar sua beleza, o
queijo que por mais branco que ficou até pela posição naquela mesa, não se
destacava a ponto de tirar a posição da iguaria de fubá.  O cheiro rompia a casa
capturava as atenções, mexia com os sentimentos, atraia as atenções. Todos
respiravam com uma grande satisfação, ao sentir sair do forno o odor do pão de
queijo que não poderia deixar de faltar, talvez esse poderia roubar as atenções
que o fubá mantinha.


No fundo os corações se
disfarçavam com uma reserva em busca de alegrias, mas numa busca inquietante de
noticias que não vinham.


 


 


 


 


 


 


 

Sunday, June 18, 2006

                                                  
Capítulo 2- 21)Uma Lição de Vida


 


 


A garoa da noite visitava a
rodovia com a neblina fina e fria. Os faróis dos veículos não rasgavam os metros
seguintes ora  pois o frio embaçava os vidros que com a velocidade aumentava a
cada pisada no acelerador.


Professor Alfredo começa a ter
a visão roubada pela fina camada esbranquiçada que pintava a vidraça de seu
carro. O coração impulsionava no desejo de voar. A angústia da demora, a
dificuldade em poder ver os metros à frente na escura estrada  tirava o respirar
tranqüilo. Sua mente agarrava todas as imagens que surgiam em sua ansiedade.
Eram horríveis cenas que travavam combates em sua memória entre o socorrista e o
jovem Samuel.  Debruçava no questionamento do que seria a peça de metal
brilhante que o rapaz saiu levando-a em suas mãos presa sem que ninguém se
preocupasse em retirá-la. Para que tal instrumento? Um amuleto? Uma arma de
defesa? Um instrumento histórico da fé?


Mas a neblina que fechava a
visão da estrada tomava o cenário de seu espírito novamente dificultando
qualquer indagação.


Já naquele ambiente rural, na
pequenina cabecinha infantil de Samara as cenas começavam a surgir com muita
intensidade. Ora, pensava, estava ali com o seu irmão menor sentada no canto do
sofá, numa casa que não é a sua, sem sua mãe, sem a segurança do irmão mais
velho, com o qual dividia tudo pois assim fora educada.  Sua fé em Deus estava
sendo sufocada com as expectativas, sua forte certeza religiosa se afogava na
insegurança do momento.  Estava na beira do abismo interior. Todo o chão parecia
afundar. A sua mãe aquele desejo de um abraço, de um colo, de um aperto junto ao
peito de uma protetora.  Sua mente lançava ganchos em busca de imagens ou idéias
de socorro. O que fazer? Adiantaria um grito? Como uma tela de projeção surgia
em seu coração à imagem do poderoso irmão junto ao pai trazendo palavras de
ensinamentos, nelas depositava sua esperança. Como se cata grãos de feijão para
colocá-los ao fogo, assim fazia o mesmo com as idéias e as imagens que brotavam
em sua mente. O Pai se chegava como um firme caminho a seguir, seus ensinamentos
haviam sido palco para os manter fortes naquela cidade. Agora podia ouvir
aquelas vozes fortes e macias, delicadas e carinhosas em seu coração como uma
placa de rua indicando o modo de agir em tal fato. Ali se apegava, questionava,
e recebia respostas como de fato estivesse conversando, poderia jurar que o pai
a respondia. No caso de angústia, medo, aflição, casos sem explicação aparente,
se atire em Deus, vinha em sua mente, mas como o fazer? Deixava surgir sua
franqueza mas não ficava sem a resposta. Ora Samara, o Verbo estava com Deus e o
Verbo era Deus.  Mas não entendo, na pratica o que fazer? Ouvia o delicado
discernimento, o Verbo querida é a palavra. Por mais que se questione é nela que
você deve manter sua decisão, apoio, e visão de ação. O que lhe chega à mente
para esse caso? Questionava e respondia num dialogo interno com sua imagem. O
Senhor Deus disse que nunca nos deixaria só até o final do século, além de que o
que é impossível para os homens é possível para Deus. O Senhor Deus é o Deus  do
impossível. Agora na pratica papai, como fazer? Você irá sujeitar sua angustia,
seu medo à escravidão dessas palavras, não lutará com elas, não. O medo é algo
real como você, mas Deus o será também caso você nele se apoiar, faça das
palavras dele o seu proceder, o seu cobertor. Ouvia a voz da mãe desfazendo os
ensinamentos do pai, isso é utopia, coisa sem pé nem cabeça.  Mas não se privava
do debate dos dois, e seu pai retrucava: O medo é o que? Como nasceu? Com as
definições dadas pelos homens na doce interpretação de idéias que mexiam com os
sentimentos, não é? Poderia ser Pão, Broa, mas o chamaram de medo, não é? As
imagens fugiam, suas idéias apagavam, sua tela de projeção interior estava sendo
desligada para atender o chamado da senhora Joama.


-Meninos não querem tomar um
lanche, enquanto aguardamos notícias de Samuel?


-

Wednesday, June 07, 2006

                                                       
Capítulo 2-20) Numa estrada escura


 


Na estrada escura, nem a luz dos vaga-lumes era percebida,
o motorista desliga por segundos os faróis e pode notar que até sua imagem no
espelho ficou ofuscada. Era um  caminho muito negro, onde as árvores que
bordavam o acostamento proporcionavam um escuro intenso.  Aquela negritude
estava sendo rasgada pelas luzes do auto, assim ganhava cada centímetro de rua.


A mente do condutor não parava de buscar um atalho para a
morte do jovem carona. Pensou em retirar da porta luvas o seu revolver, achou a
idéia ótima. Um tiro, um único tiro e tudo terminado. Onde colocaria o corpo,
teria de haver uma clareira, um espaço para deixar aquele moribundo.  Estava
satisfeito com o resultado da sua imaginação. A testa franziu, os olhos ficaram
apreensivos.  Um tiro não seria uma boa idéia. A cabeça fermentava  a
preocupação do depois. Um tiro deixaria muito obvio o praticante, não era uma
boa opção.   O que poderia ser então?  Olhava pelo espelho o reflexo do jovem
largado no banco de traz.  Trouxe a cabeça à última pescaria que havia
praticado. Repassou cada instrumento que foi retirado do veículo.  Havia um
facão, um que ele comprara para essa finalidade, tinha a lâmina firme e rígida. 
A vara de pescar, ele a tinha colocado pendurada na garagem, a caixa de
utensílios de pesca no armário de seu quarto de guardar trecos, a bolsa essa ele
possuía a certeza que a colocou junto ao tanque na área, era para lavar. Mas o
facão, onde ele o havia colocado?  Repassou tudo de novo, e novamente.  Enquanto
isso a brisa corria junto ao veículo que ia se aprofundando  e sumindo dentro
daquela escuridão.


Na fazenda as crianças estavam num dos cantos da sala
aconchegada escorando-se uma na outra na expectativa de notícias.  Anita
acaricia uma xícara de café com as mãos, podia ser para aproveitar o calor do
mesmo para aquecer-se ou uma sensação de expectativa para o dosar ao beber.
Assim sentada junto à mesa, era parceira de Alfredo e Joana. O assunto estava
como vírus no ar daquele lugar, como aquele jovem havia chegado até ali, um
caminho deveras esquecido por muitos.  Não distante de onde teria sido aquele
sangue que o capataz descobriu nas pedras?  A mente de Anita flutuava em
idéias.  Querendo deixar marcada a sua participação Joana investia numa
preocupação ansiosa de notícia, como a um cronômetro crivava o tempo perdido e
como um zagueiro feroz marcava cada segundo.


Uma tristeza tomou o coração de Alfredo, arrancou-lhe
algumas lágrimas que mesmo não saindo dos olhos talvez por medo da vergonha, mas
se colocaram no globo ocular. Estava tomado pela imagem do jovem Samuel, que
vinha a sua memória como que pedindo ajuda.


Não contendo mais a sua aflição disfarçou e dirigiu-se para
a porta de saída em busca do carro. Todos estavam tão alheios e absolvidos com
os seus pensamentos que nem perceberam a saída ou a demora de Alfredo. Com o
coração pulando de agonia e pressa em seu peito Alfredo ganhou aquela escuridão
de estrada também.


O Pescador repassava as suas memórias de novo. Um sorriso
saltou. A mão direita penetra debaixo do banco do carona, eis que surge o
facão.  O brilho da lâmina daquele instrumento cortante ofuscava os olhos.  Na
cabeça fabricava as imagens que como um set de cinema ia tomando movimento e
seqüência.  Iria parar o carro fincar-lhe o facão e lançá-lo no acostamento,
sendo um lugar hostil e de mata intensa certamente possuirá animais famintos que
ao cheiro do sangue não  deixarão por menos. Era isso, estava resolvido.  A
velocidade teve um acréscimo.  Olhos atentos, como radares rastreavam, na
detecção do lugar ideal.  Planejou tudo. O Jovem seria arremessado para fora do
veículo simulando uma luta, o facão lhe atingirá no instante que o mesmo for
projetado para fora, assim o deixarei ali. Iria voltar ou continuar em frente?
Pensou, pensou, e resolveu depois se iria voltar, uma desculpa seria fixada para
dar final nessa história, certamente, concluiu.


Com os lábios secos sem uma gota de saliva sequer, Alfredo
rompia  aquela rodovia acelerando cada vez mais.

Tuesday, June 06, 2006

Grato a Nancy pelo seu grande coração e pelo destaque da semana .

                



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