Wednesday, May 31, 2006


Capítulo 2-19)O mal onde mora



Mar de delírios, vulcões de revolta, terremoto de desespero era o interior de
Basã. Do alto da montanha vigiava tudo que na fazenda ocorria. Seu urro de
desespero soava na caverna seus comandados corriam de um lado para o outro, o
medo transbordava naquela abertura.

Seus chefiados levantavam espetos pelo caminho onde o peão passava. Alguns
chegaram a furar a grossa bota, roubando sangue dos pés duros do homem do campo.

Duro como uma rocha, determinado como um tanque de guerra o homem rude da
fazenda sentia as alfinetadas, o sangue quente queimando os pés mas não parava
de andar. Os braços balançavam, o corpo do jovem balançava mas não caia, estava
num porto firme.

Os olhos de Joana cresciam, o seu coração chegava até as meninas dos olhos para
dar uma espiada e corria para o peito agitado como os ventos que chegavam nas
árvores.

O sofrimento chega ao fim o peão com a sua determinação sai. Todos correm para
encontrá-lo. As botas eram um vermelho só. Não conseguiu segurar as pernas que
acabaram dobrando e o peão caiu de joelhos. Aquela jornada estava acabada. Toda
a euforia e a angustia se transformavam em velocidade, fazendo-os correr. Os
corpos caem no chão. Anita se agarra ao jovem que abre os olhos mas sua fraqueza
é tanta que acaba por desfalecer de novo. O professor Alfredo socorre o peão que
ferido estava ao chão.

Alguém teria que levar o jovem para o hospital . Anita levanta a necessidade e
aguarda ansiosa a resposta. No interior de Jardel brota a vingança, o doce sabor
de sangue. Não tardou muito deu um sorriso e todos ouviram :

-Deixem comigo eu levo até o hospital.

O olhar de Alfredo foi uma frase bem escrita: -Logo você? O que está se passando
em sua cabeça? Mas no silêncio reservou a sua inquietude.

Cercada pelos pequeninos, Joana , os guardava de mais problemas.

Com o corpo dentro do carro Jardel da inicio aos seus planos.

-Não se preocupe Alfredo, eu o levarei e o trarei sem problemas, além do mais
alguém tem que ficar com as mulheres na fazenda, não é?

Com essa desculpa o senhor Alfredo acabou ficando. Sentado ao volante,
depositava seus olhares sobre o corpo caído no banco traseiro. Por dentro sorria
de satisfação elaborando a sua crueldade, e chegou a dar um pequeno sorriso.
Suas idéias haviam sido entregues ao conhecimento de Basã que se alegrava em seu
instinto diabólico.

O carro ganhava a estrada metro a metro enquanto a alegria aumentava no interior
de Jardel.







Friday, May 26, 2006

                           
Capitulo 2-18) Nem o vento movia o tempo



O coração pulava de ansiedade, os olhos como radar periciavam cada centímetro
dos movimentos do peão. Nada tirava a atenção de Anita, a pulsação chegava a ser
um festival de rock. O suor corria frio pelo pescoço, as mãos se agrediam como
lixas uma na outra, a temperatura do corpo ora estava quente, ora fria. O tempo
não passava, os ponteiros do relógio estavam pregados no mesmo lugar. Quem havia
parado o tempo? Tudo por um par de asas com a velocidade do vento, do vento não
do furacão, ora o peão estava parado. Assim a mente de Anita disparava
questionamentos. Podia ser os movimentos mas nada mudava, como a distância nunca
se diminuía, uma vontade imensa crescia de sair voando e sobrevoar o jovem, tal
qual uma águia dar um mergulho fatal e certeiro agarrar as respostas aos seus
pensamentos. Bem próximo estava um festival de conflitos, em doses terríveis
como num campo de batalha subia o ódio que se anelava com a inveja e assim
subiam as montanhas da razão para derrubar as misericórdias que unida com a
compaixão gritavam dentro de um lago de rancor e magoa. Assim era o coração do
professor Jardel, negro como a madrugada sem estrelas. Os seus olhos estavam
acesos como um farol de alerta no meio daquele mar de turbilhão de queixas e
inferioridade. Era um homem culto, muito dedicado a sua profissão nunca havia
aceitado suborno ou idéias de derrota, sempre o melhor, mas nunca conseguira
chegar conceber a idéia de falar com Deus. Isso não existia, isso era mais uma
daquelas coisas que se produz para vender livros, algo que só os pobres sem
esperanças se agarravam como forma de justificar a sua incapacidade. As gotas de
sangue negro espesso e difícil de circular, buscavam veias de uma exatidão, que
a própria razão a combatia. Tinha que ser contra, ele era um ser especial, nunca
conseguiu falar ou obter um milagre, como aquele guri cheirando a leite poderia
ter? Não, isso não. Isso era uma armação, alguém quem sabe o professor Alfredo
esteja por traz disso, fazendo ilusionismo, é isso?! Debruçou-se na sua
satisfação em encontrar a resposta. Estava solucionado o caso, era Alfredo, só
podia ser ele quem mais seria? Um sorriso nasceu em seu umbigo. Os olhos corriam
como atleta, policiando tudo. O seu pensamento estava enamorado com a dedução,
mas era algo secreto não podia ser revelado. Assim, tomava todas as medidas para
manter o seu eu como um tesouro escondido. Agora, aquele Alfredo me paga...

Desgastando sorrisos e lágrimas, tal uma criança que até pulinho dava, retendo
em seu interior o desejo de agarrar, abraçar, de cuidar, de carregar no colo, de
lhe beijar, de lhe dar de comer, de mudar suas vestes, ver se há ferimentos, e
até fazê-lo dormir, estava Joana.

Os seus olhos fotografavam cada movimento do peão, cada movimento do vento, cada
gota de suor.

O corpo começa a buscar o chão, o peão luta com a nova situação. O sangue brota
no chão.

Os dentes se serram, os braços ficam como duas barras de ferro. O pescoço se
estica, engrossa, como um gerador descarrega energia. O ombro do peão volta a
ficar em linha. Mas a dor escreve suas marcas no rosto bruto do homem do campo.
Nem um grito foi lançado, nem um pedido de ajuda surgiu. As passadas agora
estavam mancas.



 

Sunday, May 21, 2006


Capitulo 2-17) Uma fresta


 


O suor corria pela face. O sol esquentava a cabeça que se
escondia no chapéu. Os braços retesados, os músculos pareciam  saltar, como
guindaste mantinha o corpo caído do jovem Samuel.


Pisadas firmes e fortes abriam o caminho na mata. Arrastava
a satisfação da vitória entre a respiração ofegante .


Nos olhares dos que estavam aguardando por uma resposta
brotava um conflito entre alegria e preocupação.


Uma nuvem negra se faz presente . O céu fica nublado, as
nuvens se enchem de medo, o sol perde o seu brilho forte, a visão fica pintada
de nevoa, a mente detecta uma substância estranha, o sorriso da lugar a
angustia, a fé briga com o questionamento bloqueando a dúvida demarcando com a
certeza o território no coração de cada um. Estava escrita a batalha da fé. O
engano formava imagens que poderiam ser vivas ao doce sabor da incredulidade.


O aliado dentre os presentes transpirava em aflição, se
debatendo como peixe na linha de pesca entre o ódio, a inveja, e o desejo de ver
a derrota do jovem, não pelo jovem mas pelos princípios os quais nunca haviam
sido remédio aos seus anseios, baseado nesses frágeis propósitos mantinha firme
a visão da derrota. Sua alma viajou entre minutos e segundos chegando a se
linkar ao Basã que do alto daquela montanha vizinha alimentava a sua investida.
Nesse momento cujo sentimento e a razão se unem em um só desejo criam o elo da
transmissão de suas perguntas.


-Que DEUS? Jesus Cristo o falsário? Se fosse Deus de fato
não precisaria fazer lama para curar um cego.. Como ele mesmo dissera diga a
esse monte e ele se erguerá e se lançará no mar.... [Risos surgiam em seu peito]


No coração da menina Samara surge um cântico o qual
ressoava como um rouxinol:- Por amor vivi, por amor morri;. Pela inveja fui
apedrejado, mas ela não me apagou; O seu coração ciumento, cheio de infantil
querer ;Me transformou  numa coisa a qual não queres ter; Se passei pela Cruz e
nela estou aprisionado; é Cruz do seu engano que me leva a ser apagado;


A letra chega aos ouvidos do falso amigo presente que a
recebe com ódio sem deixar transparecer em expressão.


Ali estava o jovem como uma toalha molhada nos braços do
peão, estaria vivo ou o que então?


 

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