Capítulo 2-19)O mal onde mora
Mar de delírios, vulcões de revolta, terremoto de desespero era o interior de
Basã. Do alto da montanha vigiava tudo que na fazenda ocorria. Seu urro de
desespero soava na caverna seus comandados corriam de um lado para o outro, o
medo transbordava naquela abertura.
Seus chefiados levantavam espetos pelo caminho onde o peão passava. Alguns
chegaram a furar a grossa bota, roubando sangue dos pés duros do homem do campo.
Duro como uma rocha, determinado como um tanque de guerra o homem rude da
fazenda sentia as alfinetadas, o sangue quente queimando os pés mas não parava
de andar. Os braços balançavam, o corpo do jovem balançava mas não caia, estava
num porto firme.
Os olhos de Joana cresciam, o seu coração chegava até as meninas dos olhos para
dar uma espiada e corria para o peito agitado como os ventos que chegavam nas
árvores.
O sofrimento chega ao fim o peão com a sua determinação sai. Todos correm para
encontrá-lo. As botas eram um vermelho só. Não conseguiu segurar as pernas que
acabaram dobrando e o peão caiu de joelhos. Aquela jornada estava acabada. Toda
a euforia e a angustia se transformavam em velocidade, fazendo-os correr. Os
corpos caem no chão. Anita se agarra ao jovem que abre os olhos mas sua fraqueza
é tanta que acaba por desfalecer de novo. O professor Alfredo socorre o peão que
ferido estava ao chão.
Alguém teria que levar o jovem para o hospital . Anita levanta a necessidade e
aguarda ansiosa a resposta. No interior de Jardel brota a vingança, o doce sabor
de sangue. Não tardou muito deu um sorriso e todos ouviram :
-Deixem comigo eu levo até o hospital.
O olhar de Alfredo foi uma frase bem escrita: -Logo você? O que está se passando
em sua cabeça? Mas no silêncio reservou a sua inquietude.
Cercada pelos pequeninos, Joana , os guardava de mais problemas.
Com o corpo dentro do carro Jardel da inicio aos seus planos.
-Não se preocupe Alfredo, eu o levarei e o trarei sem problemas, além do mais
alguém tem que ficar com as mulheres na fazenda, não é?
Com essa desculpa o senhor Alfredo acabou ficando. Sentado ao volante,
depositava seus olhares sobre o corpo caído no banco traseiro. Por dentro sorria
de satisfação elaborando a sua crueldade, e chegou a dar um pequeno sorriso.
Suas idéias haviam sido entregues ao conhecimento de Basã que se alegrava em seu
instinto diabólico.
O carro ganhava a estrada metro a metro enquanto a alegria aumentava no interior
de Jardel.