Capitulo 3 -1) Nuvem de prata.Uma gotinha, ela vai crescendo aumentando, e o seu peso a leva para queda... Assim os olhos de Samara acompanhavam o movimento da água na bica, enquanto seus pensamentos viajavam. A professora Anita percebendo o silêncio da menina se aproxima.
- Um beijo pelos seus pensamentos - diz a Professora, com um sorriso lindo e espontâneo. - Nada! Tia Anita. - Com beicinhos e buscando uma tristeza para colocar nos olhos, chega até a jovem...- Nada mesmo?
- Não, sabe o quê é? Não consigo entender para que as coisas ruins tenham que acontecer.
Algumas lágrimas se apresentam em suas íris...
- Dizem que o mal existe para que possa nos mostrar o quando somos pequenos em nosso amor... Anita se sentando frente a menina ao chão, mantendo a cabeça para cima e os olhos serenos, estende seus braços em direção a menina e firma o queixinho dela com suas mãos aveludadas.
A Samara deixa os olhos apressados se apresentarem grandes e ansiosos, e buscando esconder com os lábios a sua curiosidade, assim sua expressão não podia ser outra:- Como assim? – diz a menina.
- Na Internet existem sites que servem para medir a velocidade da conexão, podendo dizer exatamente em quanto kbts estamos navegando. Tal como os velocímetros dos carros.
As sobrancelhas alertas, os olhos buscando demonstrar um desinteresse, a cabeça caidinha para o lado como querendo se apoiar nos ombros, mantinha a visão fixa em Anita: - Ora, qual a ligação com o mal?
A professora estende as mãos e pegando as mãos da menina as esconde no centro das suas. Seu sorriso fica cada vez mais presente, a alegria escorre pelos olhos. É como o velocímetro dos carros. Quanto mais velocidade, mais riscos. Assim quanto menos amor, maior a violência.
O sorriso rompe os lábios pequeninos da jovem colorindo um brilho lindo nos olhos e trazendo uma vestimenta de paz para pequena Samara.
- Olha se depender de mim, nunca iria existir o mal, pois eu amo muito...muito..até os animais.
Levantando em um só pulo, Anita, segura a jovem pelas mãos e buscando rodopiar com a mesma, numa dança de roda, deixando a alegria tomar os minutos. Fogos de sorrisos explodiam no rosto das duas, que rodopiando deixavam os cabelos flutuarem no ar.
A cabeça levanta, os olhos se arregalam, o questionamento surge, mas Salomão ali perto sentado fica sem nada entender, ora a alegria contagiava o lugar.
Joana vendo a alegria e a brincadeira buscou entrar no mesmo espírito também, estendeu a mão que alcançou sua filha e ambas passaram a incorporar a dança de roda da professora Anita.
Não muito distante dali, o professor Jardel e o Jéferson, ganhavam à estrada na direção da fazenda. Conduzindo algumas sacas de compras e uma ansiedade enorme para chegar. Trajando uma expressão rígida composta de testa serrada e conjugando com um maxilar tencionado, mantinha olhos atentos em cada quilômetro percorrido da estrada.